S(he) Be(lie)ve(d) - 12º capítulo

S(he) Be(lie)ve(d) – Kiss me, kiss me

Beatrice’s POV

 Não precisei de nada ou alguém pra me acordar. Como um relógio, meu corpo se despertou cedo. Olhei meu celular e ele marcava sete e quarenta. Levantei-me da cama disposta. Achei que acordaria além de um porre, morta de cansaço, porém, me enganei. Acordei melhor do que nunca.

 Arrumei a cama e caminhei até a janela. Abri-a e então me surpreendi. Mesmo estando em pleno inverno americano e ainda sendo bem cedo, o sol raiava brilhante, o céu completo de um límpido azul como eu nunca tinha visto. Nos Estados Unidos até o ar parece ser melhor.

 O calor era perceptível, porém, o vento era significativo também. E toda essa mudança no tempo me deixou inspirada para me vestir.

 Andei até o guarda roupa e o abri indecisa. Foram poucas as roupas de "calor" que eu havia colocado na mala, mas eu sabia que alguma coisa tinha. Vasculhei e comecei a jogar algumas peças pra fora. Depois de quase todo o guarda roupa estar jogado na cama e no chão, encontrei o que queria. Guardei as roupas que baguncei e deixei a roupa que escolhi e o sapato na cama.

 Fui para o chuveiro e deixei que a água me despertasse por completo. Não demorei, saindo logo e já indo passar o hidratante pelo corpo. Vesti a roupa — um vestido florido, uma jaqueta jeans, já que ventava e um Oxford bege. Coloquei um colar de Coruja dourado e uma pulseira preta com detalhes dourados e me sentia ótima. Eu não gostava muito das minhas pernas, mas quem se importava?

 Deixei meus cabelos cacheados de modo natural e os prendi em um rabo de cavalo de lado, com a franjinha solta. Passei levemente um pouco de lápis e estava pronta. Eu estava feliz.

 Saí do quarto e não vi ninguém à vista. Deduzi que todos estariam tomando café da manhã, como ontem. Desci as escadas e ao chegar à cozinha, vi que estava errada.

 Não havia ninguém ali e a louça deixada na noite passada ainda estava na pia. Parei por um momento e então decidi começar a retribuir. Faria um café da manhã especial.

 Procurei o que ali tinha e como de se esperar, armários e geladeiras transbordando de muitas coisas gostosas. Analisei os ingredientes e decidi que prepararia o máximo que eu sabia de comida americana.

 Fiz ovos, bacon, torradas e Muffins. Pra finalizar fiz um bolo de laranja — já que Jus não come chocolate. Não demorou tanto para tudo ficar pronto.

 Arrumei tudo o que baguncei, lavei a louça existente e vi que ainda ninguém havia aparecido. Montei a mesa para todos e então decidi fazer algo que eles não conheciam. BRIGADEIRO!

 Ficou pronto super rápido também, mesmo eu tendo feito uma super quantidade.

 Eu estava colocando a travessa com o brigadeiro — sim, para todos comermos com colher — até que Pattie chega seguida por Justin, Scooter e Kenny.

 — Bom dia. — eu disse

 — O que é isso? — Pattie disse boquiaberta.

 — O café da manhã. — sorri.

 — Meu Deus! Tudo isso ta com uma cara... Maravilhosa! — disse Justin vindo em minha direção e me dando um beijo estalado na bochecha. — Não precisava, Bia. — sorriu imensamente.

 — Precisava sim. Agora sentem e vamos comer. Acho que vão gostar. — continuei sorrindo.

 Kenny e Justin pareciam dois esfomeados.

 — Meu Deus, toda a comida que você já me fez provar é deliciosa. — Justin disse enquanto eu ria.

 — Está realmente maravilhoso, Bia. — disse Pattie assim que terminou de comer um Muffin. — Mas, o que é aquilo escuro na travessa?

 — Brigadeiro.

 — Briga, o que? — disse Justin me olhando confuso.

 — Brigadeiro. É um doce tradicionalíssimo brasileiro. Ele pode ser comido como bolinhas cobertas por granulado em festas de criança ou na colher direto de um prato, panela ou travessa.

 — Nossa. Parece delicioso. É feito do que? — perguntou Kenny.

 — Manteiga, leite condensado e chocolate.

 — Ér, acho que eu não vou comer. — disse Justin com uma feição triste.

 — Só prova um pouco. Eu sei que vai gostar sim. — sorri.

 — Bom, mesmo que ele não coma, eu como. — disse Scooter pegando uma colher e pegando uma boa quantidade do brigadeiro. Ele deixou o chocolate percorrer a boca e assim que engoliu olhou fixamente pra mim. — Meu. Deus. Que delícia! (N/A on: kiiiiiiiidelíciaaa ;9  N/A off)

 — Que bom que gostou. — eu disse pegando uma colherada.

 Kenny comeu e logo em seguida Pattie. Apaixonaram-se também.

 — Vai Jus, prova. Não vai fazer mal. — disse Pattie o olhando de canto.

 — Ok, ok. — ele disse e então pegou uma colher de brigadeiro e levou receoso à boca. Engoliu e olhou pra mim, do mesmo modo que Scooter fez.

 — Ca-ra-ca. Isso me fez mudar a minha opinião sobre chocolate... Muuuuuuuuito bom! Esse Brigadeiro... — ele olhou pra mim. — é assim que se fala né? — balancei a cabeça que sim, rindo. — esse brigadeiro, SWAAAAAAAAAAAAAAAAGGGG! — caímos na gargalhada enquanto devorávamos o brigadeiro.

[...]

 Depois de se entupir de brigadeiro, eles se arrumaram e seguimos, mas uma vez para o estúdio. Era por volta das onze da manhã e o trânsito estava levemente caótico.

 Mama já nos esperava como no dia anterior e ficou feliz em nos ver. Os meninos já me esperavam e ficaram felizes em me ver. Eles eram uns fofos.

 Justin foi para o outro estúdio trabalhar em Believe enquanto eu sorria. Eu daria tudo para estar lá com ele, mas ele precisava de concentração e eu também não tinha esse direito. Ele já havia me dado muito.

 — Bem, Beatrice. — disse Mama depois de estarmos apenas eu, ela e os meninos na mesma sala do dia anterior. — Você escreve?

 — Sim. — sorri.

 — Isso eu não sabia. — ela disse rindo. — Bem, eu quero que você mostre alguma música sua com os meninos e então vocês a gravem ou vocês escrevam uma música juntos. Eu fiz algumas ligações ontem e você vai fazer uma parceria em breve. Mas ainda é segredo. — ela sorriu.

 — Ok. — eu sorri junto, ainda desacreditando.

[...]

 Eu havia levado o meu caderno com minhas composições e os meninos as olhavam. Eu estava um pouco envergonhada — nunca havia mostrado a ninguém. Mas eles haviam amado as músicas, para a minha surpresa.

 Gravamos Believe In Me, que eu gostei muito, pois foi depois de ouvir essa música que Alicia havia me deixado vir para L.A. Me lembrei dela e então decidi que deveria ligar, já que não havia dado notícias.

 Depois de chamar algumas vezes, o telefone foi atendido.

 — Alô?

 — Alô, Luke? Sou eu, Bia.

 — Cabeçuda amada! — ele disse enquanto eu ria. — Tudo bom com você baixinha? Esqueceu da gente, é?

 — Jamais. — sorri. — Estou bem e vocês, como estão?

 — Estamos bem e morrendo de saudades. Como é Los Angeles?

 — Perfeito! Você nem imagina o quanto! Gravar em um estúdio de verdade é um sonho!

 — Eu imagino! Eu quero ouvir tudo depois! Cara, eu sei que você está realizando um sonho mas estou com saudades, mesmo. Você me faz rir, coisa chata.

 — Eu sei que você me ama demais u_u

 — Amo mesmo. A mãe não ta em casa nem o pai, eu digo pra eles te ligarem depois. Estão doidos pra falar com você, parecem dois lesados. E eu falei primeiro, lalala. — eu não conseguia parar de rir. Era um idiota mesmo.

 — Besta.

 — Ta fazendo o que agora?

 — To no estúdio, gravando com a minha banda.

 — O QUE?! VOCÊ TEM UMA BANDA? PARA TUDO. COMO ASSIM MENINA? — ele disse empolgado.

 — Ontem eu cantei para os produtores e eu apenas teria a ajuda da banda pra me acompanhar, mas então eles se tornaram a minha banda.

 — Mano, tu é sortuda demais.

 — Eu sei. — eu disse feliz.

 — Mas tipo, tu vai cantar umas músicas no estilo do Biba ou não?

 — Primeiro que não é Biba, é Bieber ¬¬... Segundo, por mais que eu seja Belieber, eu sou rockeira baby... E as minhas músicas seguem esse estilo. Então não tem nada a ver com o R&B do Justin... Sou Metal Girl, baby.

 — Ui, ela pode. — ele disse rindo. — Eu até curto as músicas do Justin, mas sou mil vezes um rock. Enfim, e tu volta quando?

 — Semana que vem. — eu disse levemente triste. Eu já sentia falta de NY, mas ao mesmo tempo não queria ir embora de L.A.

 — Mas semana que vem não vai estar ninguém em casa, como isso? — disse Luke surpreso.

 — Não vai estar ninguém em casa?

 — Não. Vamos para o Texas visitar a vovó. Puts. A mãe só avisou isso ontem mesmo. Bem, quando a mãe chegar vocês conversam. Eu só sei que semana que vem não vai haver ninguém aqui.

 — Ok então.

 — Bem, eu vou desligando porque tenho que terminar de arrumar a casa pra poder sair hoje à noite. PARTY ROCK! — ele disse rindo e eu apostava que ele havia feito uma dançinha idiota.

 — Okok, besta, bobo, chato.

 — Idiota, feia, irritante.

 — Beijos. Não se esquece de me ligar mais tarde, ok?

 — Beijos, mana. — ele disse e então desligou.

 O que eu faria agora se não teria ninguém em casa quando eu voltasse?

[...]

 Passamos o dia gravando e eu comecei a compor uma nova música. Eu não entendia de fato o sentido dela, porém, as palavras surgiam em minha mente como um flash de carro que é ligado do nada quando preciso.

 Chegamos em casa por volta das dez da noite. Já havíamos jantado e eu subi para o meu quarto, não querendo incomodar ninguém. Luke ainda não havia ligado e isso estava me deixando preocupada.

 Ouvi batidas na porta alguns minutos depois de eu ter entrado. Já havia tirado meu Oxford, jaqueta e estava tentando abrir o zíper do vestido. Caminhei até a porta e a abri. Era Justin.

 — Oi, pequena. Posso ficar aqui? — ele disse usando apenas uma calça de moletom e uma regata apertada, que deixava seus músculos destacados. Suspirei muito de leve e pisquei algumas vezes.

 — Claro que pode, Jubs. Senta ai na cama, vou só trocar de roupa. — eu disse indo até o guarda roupa e pegando meu pijama. Entrei no banheiro e tente mais uma vez tirar o vestido, porém, foi em vão. O zíper estava emperrado. Eu não queria ter que pedir ao Justin para abrir, mas era impossível eu fazê-lo sozinha.

 — Ér, Jus, — eu disse saindo do banheiro. — Você poderia abrir apenas a parte que está emperrada do zíper pra mim, por favor?

— Claro. — ele disse se levantando da cama — onde já estava mexendo no macbook — e vindo em minha direção. Senti sua mão direita na parte de cima das minhas costas e então sua mão esquerda foi abaixando lentamente o zíper. Eu não queria que ele percebesse, mas era impossível. Eu estava completamente arrepiada. — Pronto. — ele disse enquanto eu corava extremamente forte e seguia de volta para o banheiro.

 — Obrigada, Jus.

 — Nada.

 Fechei a porta e me troquei rapidamente, ainda super envergonhada.

 Saí e Justin ainda estava no computador. Sentei ao seu lado na cama.

 — Ta melhor? — perguntei.

 — Um pouco. Ri bastante ontem. — ele disse sorrindo e me olhando.

 — Que bom. — eu sorri de volta.

 — Você é a maior prova do quanto as minhas beliebers são importantes e realmente se importam comigo. Obrigada, mesmo. — ele me abraçou pela cintura, deitando sua cabeça em meu ombro.

 Tirei o macbook da cama e o fechei, o colocando no chão, embaixo da cama, com cuidado. Acomodei-me mais na cama e deitei. Justin me seguiu. Virei para ele e seus olhos se focaram nos meus, me prendendo. Era como se não houvesse mais nada, nem ninguém ali. Seu olhar era tudo o que me tinha a atenção agora. Tentei olhar para outro lugar, mas não conseguia.

 — Você ama de verdade a Selena, não é? — eu perguntei, sem nem ao menos pensar. Foi a primeira coisa que me veio a mente.

 — Eu a amo, muito. Mas às vezes é como se não fosse o suficiente... Sem contar que às vezes parece que...

 — Que ela não te ama de volta ou pelo menos não ama o suficiente para se considerar verdadeiro.

 — Exatamente isso. — ele abaixou a cabeça.

 — Você sabe que nós beliebers que não somos Team Jelena tentamos te avisar sobre isso, não sabe?

 — Sim, eu sei. E é como se a cada dia vocês se tornam mais e mais certas. Tudo o que dizem faz mais sentido. E isso dói mais do que eu queria. Mas o que você acha de verdade da Sel? — ele voltou a me encarar e eu fiquei estática. Se eu falasse realmente tudo o que penso dela, ele iria ficar puto comigo.

 — É melhor você não saber.

 — Você é uma hater?

 — Não uma haaaaaater... Mas eu não gosto dela. E eu tenho opiniões fortes o suficiente pra te magoar. Você vai parar de falar comigo se eu abrir a boca.

 — Eu quero que você fale.

 — É melhor não, Jus...

 — Fala logo, Bia. — seus olhos pareceram ficar mais duros e foi impossível negar.

 — Ta, ta bom. Pra mim ela está com você só por fama. — eu disse séria. — Pode até ser loucura da minha cabeça, mas eu não sou a única a pensar assim e os fatos estão ai pra provar. Quando os Jonas estavam no seu auge, com quem ela namorava? O Nick. Quando o Taylor estava no seu ápice na carreira por causa de Twilight e tudo, com quem ela estava? E agora, você é o alvo. E, me desculpe, de verdade pelo o que eu vou falar agora, mas o que surgir de novo na música ou na dramaturgia, vai ser o próximo alvo. Porque ela é isso. Uma verdadeira sugadora de fama. Sem contar que é ridículo. A Miley, por exemplo, cresceu, não é mais a Hannah Montana da Disney e todo mundo a chama de puta pelo o estilo dela. Sua namorada age como uma e todo mundo a acha um exemplo. — vi seus olhos se arregalarem. — Droga. Eu sabia que não deveria ter dito nada.

 — Não, não. Não é pra se desculpar, quer dizer... Você disse isso de coração, não foi?

 — Foi tudo o que eu penso, mesmo.

 — Dói admitir, mas você parece até ter razão... — ele disse e eu dei de ombros. Porque eu sentia, no fundo do meu coração que eu estava certa. Que a Selena só queria mesmo era sugar o que podia do Justin, ferrar com ele.

 — Eu não quero falar sobre ela. A gente ainda vai acabar discutindo por isso.

 — Nunca vou brigar com você por causa dela.

 — Sério mesmo? Mesmo eu sendo uma quase hater dela?

 — Sim. Porque você é minha belieber. Mas, por mais que você não goste dela, você parece respeitá-la.

 — E respeito. Porque, apesar de uma vadia, algumas músicas dela são até legais, eu assistia Os Feiticeiros de Waverly Place e sei que ela te faz feliz. Talvez não exatamente agora, mas você parece ser feliz com ela. E se ela faz quem me faz sorrir todos os dias, feliz, eu tenho que respeitá-la, mesmo que eu não goste.

 — Uau.

 — É, são poucas as pessoas que pensam como eu.

 — Eu estou surpreso e feliz.

 — Por quê?

 — Por você ser tão especial e estar comigo aqui. Você me faz muito bem, Bia. — ele sorriu.

 — Você é que me faz. Desde alguns anos, sabe. — eu ri e ele me seguiu. Então ele me abraçou apertado e afogou seu rosto em meus cabelos soltos.

 Meu telefone tocou e então eu me desfiz totalmente contrariada de seu abraço.

 Peguei o celular no criado mudo e atendi.

 — Alô.

 — Bia? Sou eu, Alicia.

 — Hey, Ali.

 — Então querida, tudo bom?

 — Tudo e você?

 — Estou bem. Luke disse que você ligou. Eu queria mesmo falar com você. Bem, nós estaremos indo amanhã para a casa da minha mãe no Texas. Passaremos um mês por lá. Fazemos isso todo ano. Você não poderia ficar esse tempo ai? Porque ficar sozinha aqui é completamente fora de cogitação, no entanto nós não podemos ficar aqui, passagem não reembolsável, enfim...

 — Só um minuto. — eu disse e então passei o telefone para Justin.

 — Hey, Alicia. — ele disse e pausou enquanto a ouvia. Foi a primeira reação que tive — passar o celular à ele. — Claro. Não, sem problema algum. Ok então. Nada, um beijo. — ele disse e então desligou.

 — E ai?

 — Vai passar mais um mês comigo! — ele disse e então me abraçou forte, se jogando em mim e então, caímos no chão. Ele, pesado e lesado, em cima de mim. Começamos a rir que nem dois idiotas, porém, próximo demais. Nossas testas se juntaram enquanto ofegávamos pelas risadas incessantes.

 — Me desculpa. — ele disse e então juntou os nossos lábios, me deixando completamente sem reação.

_______________________________________________

 Eaaaaaaaaaaaaaaaaeeee U_U

 Caaaaaaaaaraca, eu sou demais, falaê? DEVEM ESTAR PUTAS COMIGO, EU SEI. KKKKKKKKK.

  Mas eu compensei, não compensei? Manolas, nem eu imaginei que esse beijo fosse acontecer, mas PÁ! Aconteceu, aaaaawwwn *-*

 Suas lindas, eu fico feliz demais que estejam gostando da Imagine. Parece um sonho que gostem tanto assim!

 Enfim, vou indo escrever o próximo pra não demorar pra postar né? HAHA.

 AMO VOCÊS DEMAAAAAAAAAAIS!

 COMENTEM POOO FAVOR! É IMPORTANTE *o*

 Beijos e queijos com vinho (~man, eu amo dizer isso),

@telih_moura.